Breve Histórico

O Espaço Cultural iniciou suas atividades a partir do "Grupo Teatro Pequeno", que em 1989 promoveu uma "invasão cultural" no antigo prédio do mais importante entreposto de carnes da região, o Tendal da Lapa.
As atividades se iniciaram numa Tenda, e o Circo e o Teatro como linguagens mais fortes. No decorrer do tempo outras linguagens foram se agregando, atingindo-se um universo bem amplo.


Ocupa galpões com área aproximada de 6.000 m².
Sua oficialização como Casa de Cultura ocorreu em dezembro de 1992.
Foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 30 de junho de 2007.
Em 10 de junho de 2017 completou 28 anos de atividades.

Desde sua criação, a "Fábrica de Sonhos", primeiro nome dado ao Espaço Cultural,  foi sede de inúmeras atividades culturais, sempre voltadas a levar ao público uma programação diversificada e de boa qualidade.
Tem como função primordial dispor à população (especialmente a mais carente de recursos), o contato com as mais diversas linguagens artísticas, por meio de oficinas culturais, bem como possibilitar o desenvolvimento da produção cultural oculta (aquela que ainda não alcançou visibilidade e apoio, necessários para o seu crescimento).
A média de freqüência é de 4.000 pessoas/mês.
Com a publicação de decreto em dezembro de 2016 torna-se CENTRO CULTURAL.
Atualmente prepara-se para incluir em suas funções o CENTRO DE QUALIFICAÇÃO  DO CIRCO.

Luta e Resistência
Em 2005, um equivocado acordo entre Governo e Prefeitura pretendeu desativar o Espaço Cultural, para implantar um Poupatempo no local.
Nasceu então um forte movimento à favor do Espaço Cultural, com o site "Viva o Tendal", criado por Paulo Cauhy Jr,  auto denominando-se “Movimento em Defesa do Tendal da Lapa”, composto por frequentadores e profissionais atuantes, que centralizou as ações e organizou diversas manifestações.  Além de gritos, manifestações e passeatas, com o incentivo dos funcionários do Tendal, um abaixo-assinado conseguiu reunir mais de 7.500 assinaturas.
Cada indivíduo que colocou nome e RG no abaixo-assinado, cada movimento organizado por artistas e apoiadores , assim como os funcionários que cumpriram seu compromisso com a cultura, foram importantes e deram sua contribuição para a consolidação do  Espaço Cultural.
Dentre os artistas e professores do Tendal, cabe ressaltar o nome de Lena Wild, uma das mais antigas e atuantes, que assumindo o enfrentamento à administração pública e seus gestores e ao risco das possíveis consequências decorrentes, redigiu uma carta e juntou vasta documentação com o abaixo-assinado e protocolou-a nos  Ministérios Públicos Federal e Estadual, na OAB e no Minc solicitando a intervenção daqueles Órgãos. Passo fundamental para a tomada de atitude por parte do poder público. Paralelamente, atuando em resistência, manteve em cartaz o espetáculo do grupo Quatipuru, formado com seus 18 alunos do Tendal, sobre a obra de Manuel Bandeira, cuja "bandeira" simbólica permaneceu até que uma solução fosse dada.
A somatória de ações e protestos, se não conscientizou, ao menos gerou tal desconforto às administrações públicas envolvidas, que em 2007 , ao mesmo tempo em que Secretaria de Cultura concluía o processo de tombamento do Tendal da Lapa, o Governo do Estado recuava na construção da Praça de Serviços no local.
Assim, o Espaço Cultural permaneceu, ainda com mais força, em plena atividade.
Num outro edifício ao lado, tornado de utilidade pública  depois de indicado pelo arquiteto Marco Ozzetti, do Tendal, ao Secretário de Cultura, como alternativa para solucionar o impasse, o Poupatempo foi implantado e está servindo à população tanto quanto o Espaço Cultural, hoje denominado Centro Cultural, dando-se assim um ponto final à questão, beneficiando a todos, administração pública e população.

"apartidários por natureza, estamos no contexto da política, mas a única que nos interessa é a cultural" 

-Houve políticos e administradores que foram e ainda são importantes para a cultura, outros  apáticos, outros inimigos, e também aqueles que, acreditados, deixaram de impulsioná-la quando estiveram no poder.  
O importante é que, os funcionários sempre reuniram todas as forças para manter o Tendal vivo e atuante, e desempenhando o papel para o qual foi pensado e destinado pela Lei de Criação das Casas de Cultura.


Reflexão

...um navio quando naufraga, no fundo do mar ele vai sendo aos poucos ocupado por plantas e peixes, transformando-se, por força da natureza, em abrigo da fauna e flora marinha.

Assim é o Tendal da Lapa... depois de muito tempo abandonado, foi sendo ocupado por artistas, mestres e aprendizes das artes, transformando-se, por força dessa atitude, em monumento cultural de vital importância para a cidade...

Lena Wild